Caminho quase sozinho pelas ruas de Lisboa,
abstenho-me de qualquer juízo,
de qualquer comentário,
de qualquer pensamento
o máximo de tempo possível.
Sou incapaz,
a cabeça não pára
um segundo,
à velocidade da luz
todo o tipo de pensamentos
atravessam-me,
enchem-me de amor, raiva, paixão e revolta.
A minha fiel companheira,
acompanha-me,
oiço tudo o que ela
tem para me dizer,
oiço todos os sons,
todos as vozes,
os baixos, os altos,
tudo..
O tempo passa velozmente,
e a minha mente,
pensa violentamente.
Respiro fundo,
procuro o isqueiro
no bolso do casaco,
acendo o cigarro,
e continuo o caminho.
Vou continuar a andar,
sem parar,
sem destino
e sem hesitar.
Não vou parar,
vou andar e andar,
até ao fim do mundo chegar.
Aqui estou,
frente ao mar,
acabado e cansado,
a maresia
enche-me o pulmão fatigado.
O coração acelerado,
pensa em ti,
apesar de esgotado,
não pára de pensar em ti.
O sol deita-se,
no horizonte,
a génese,
és tu,
a minha fonte,
és tu.
Volto para trás,
por hoje chega,
vou parar de caminhar…
Um bem haja a todos..